20 de dez. de 2010

mais um ano

Mais um ano se vai, mais um natal que chega. Quando chega essa época , os sentimentos são sempre os mesmos: um balanço geral e a constatação de que tudo valeu a pena! Os ganhos, as perdas, essa contabilidade onde se soma pra dividir, os risos tão maiores que os choros..... E é isso que faz a vida ser essa imensa caixa de bombons com suas surpresas! Algumas pessoas se foram, outras vieram e cada qual veio com sua mensagem, ou de ódio ou de amor. Aprendemos uns com os outros! Um olhar nos torna serenos, mansos...um sorriso enche a alma, traz descanso.....um abraço conforta, alimenta...um beijo reaviva a esperança!


Deixo aqui , meus votos de um feliz natal e o desejo de um ano novo de reavivamentos, restituições...cores, flores e amores!


Obrigada a todos que passaram por aqui!!


Carpe Diem!!




"A vida deveria ser uma celebração contínua, um festival de luzes por todo o ano. Somente então você pode se desenvolver, você pode florir. Transforme pequenas coisas em celebração... Tudo o que você faz deveria expressar a si próprio; deveria ter a sua assinatura. Então a vida se torna uma celebração contínua."
Osho










16 de dez. de 2010

dizer o quê?


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porque se chamava moço

Nem lembra se olhou pra trás


Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos

E sonhos não envelhecem



E lá se vai mais um dia
......................


Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração
Na curva de um rio


Entope o meio fio






4 de dez. de 2010

a


"A realidade da outra pessoa
Não está naquilo que esta te diz, 
mas naquilo que não pode te revelar."


Kahlil Gibran







2 de dez. de 2010

pra rua me levar




É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar..........





21 de nov. de 2010

bares da vida

Depois de percorrer por tantos "bares da vida" e ter visto e ouvido tantas histórias....copio aqui alguns trechos do texto de Fabrício Carpinejar:
 AMOR É COISA DE BOTECO.

Uma hilária analogia para o amor curtido em botequim!



O amor encontra sua dignidade na vergonha. Envergonhar-se de um amor é ter orgulho dele. 

Choro por um amor. Despedaço-me por um amor. Fragmento-me por um amor. Faço chantagem por um amor. Digo o que não devo por amor. Estrago uma festa por amor. 





Amor desesperado é ainda o jeito mais tranqüilo de amar. Não conheço outra paz senão a de guerrear no fundo de um copo. 

Não sou homem de tranqüilizantes, de remédios na cômoda, de sono induzido. Meu quarto é o bar, público e derradeiro. Meu travesseiro é uma toalha de mesa plastificada. Amor só sabe gemer falando alto. 

O amor é aguardar uma resposta. A fossa é o período de uma resposta a outra. Não há como amar sem prejuízo. Sem acreditar que não deu certo. É inacreditável como apaixonados contam as mais absurdas confidências a estranhos e escondem os detalhes dos mais próximos. Todo garçom já foi nosso padre um dia. Nosso confessor. A gravata-borboleta é nossa batina. 

Amor é esse estágio necessário de loucura para suportar a normalidade. Quando amo, não preciso de psiquiatra, preciso de um táxi para voltar. 

Amor mesmo é coisa de boteco, com potes de ovinhos de codorna e cachaça nas prateleiras. Amor não tem nojo, repulsa, pudor de sofrer. Sofremos de amor para abrir espaço por dentro e desalojar antigos moradores. 








Amor não é próprio de restaurante ou de guardanapo nos joelhos. Não haverá um porteiro saudando com "boa-noite", não haverá recepção ou um senhor para abrir a porta. Aliás, não terá porta, é uma garagem para o corpo balançar à vontade e não quebrar nada. 

Não espere cardápio no amor, espere cartazes nas paredes. As lâmpadas estarão com as braguilhas abertas no teto. 

Amor mesmo é devasso, cafona, cadeira de metal amarela, dobrável e enferrujada. Deve-se tomar cuidado para não sentar na ponta. 

O amor não vem da elegância de um lugar, vem da nobreza da dor. 









O amor é o solitário do balcão, a retirar vagaroso o rótulo úmido da garrafa porque não pode despir sua mulher. Fica delirando em braile. Aprende inglês com as moscas. Joga dama com os cascos. Reza dez ave-marias para cada pai-nosso. Descobre que o terço é feminista. A cada vez que pensa em si, pensa dez vezes no corpo dela. 

Não se limpa um amor no banheiro. Limpa-se com as mangas da camisa na frente de todos. O amor é a boca assoando. 

O amor não pede a conta na mesa, é a conta. Não há amor se você não for o último cliente. O último a sair é que está realmente amando. 

Quem ama não guarda o dinheiro na carteira, deixa avulso e amassado no bolso. É sintomático. Estará cantando Amado Batista sem querer. E se espantará que conhece a letra, egressa de alguma estação da infância. 

Só pode ser do radinho materno, ao lado do fogão. Sua mãe colocou aquelas canções em sua comida.










...um amigo comentando dia desses: "Lembra quando passávamos por vários botecos até chegar naquele que o cara  já estava com o esguicho na mão, pra abrir o bar??"


Velhos tempos...belos dias!!







16 de nov. de 2010

(e) feito sol



Foram-se os amores que tive
ou me tiveram. 
Partiram
num cortejo silencioso e iluminado.
A solidão me ensina
a não acreditar na morte
nem demais na vida: cultivo
segredos num jardim
onde estamos eu, os sonhos idos,
os velhos amores e os seus recados,
e os olhos dele que ainda brilham
como pedra de cor entre as raízes.

Lya Luft




"...nada mais vai me ferir,  é que já me acostumei com a estrada errada que eu segui com a minha própria lei...Tenho o que ficou e tenho sorte até demais...como sei que tens também."

Andrea Doria  - Legião Urbana







12 de nov. de 2010

cinema mudo


"O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias"
Cecilia Meireles
//

4 de nov. de 2010

um certo alguém


Sonhei que encontrei um alguém
Que foi o sonho em tantos sonhos que tive
Em sono e em devaneios
De olhos fechados e de olhar perdido
A fala macia me contava suas histórias
Sonhei que me perdi em seus gestos
E fui além da forma física e do intelecto
Buscando ver além do olhar o coração e a alma
Na sintonia que me intercepta e me tira a calma
Além do que conheço de mim
Sonhei que era o fim de um começo
E o começo de um fim
Por linhas tão definidas, pereço
Antes pudesse deixar no ar
O sonho de continuar a sonhar
Impotente me encontro, pois não soube esperar
E mais uma vez teria eu de aprender a esperar?
Até quando?
Vivo em ti um pouco de mim
Que só assim eu conheço
No encontro por tanto tempo guardado de nós
Invisíveis, nos cruzamos
E hoje o sonho me faz pensar
Em tudo o que Somos

pro que der e vier




Se você vier

Pro que der e vier comigo
Eu Te prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair

Se você vier

Até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto esse canto de amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo

Se você vier

Pro que der e vier comigo
Te prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair

Se você vier

Até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto esse canto de amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo
Comigo
Comigo




2 de nov. de 2010

jangada





Vamos construindo estradas
Vencendo chuvas
Vamos retirando as pedras, encurtando as curvas
Mesmo que a vontade é grande de parar,descansar
Ver o que já foi construído não nos deixa parar

Quando eu vejo o medo na estrada
Não consigo ir
Mas se o venço dentro de mim, eu vou prosseguir
Pode a ponte deste caminho a enchente levar
Se usamos suas madeiras, fazemos jangadas

Para chegar do outro lado do rio e ver
Que vencer as fortes correntes nos fizeram crescer
Para chegar do outro lado do rio e ver
Que o sol que faz a justiça vem nos aquecer

corre a chuva
molha a estrada
levam as pontes
Mas fazemos jangada



cores e flores


cores
flores
sorrisos
amores
O que é a vida
senão essa mistura
onde entram também
as dores
e os "pavores"?
O que vale é brincar,
caminhar,
aprender e não desistir
Porque maior que as dores,
são os sonhos e suas cores
onde em algum lugar
se jogue semente
pra semear somente
flores !


19 de out. de 2010

embriague-se




Embriague-se

É preciso estar sempre embriagado. 

Isso é tudo: é a única questão.
 Para não sentir o horrível fardo do tempo que quebra seus ombros 
e o curva para o chão,
 é preciso embriagar-se sem perdão. 

Mas de quê? 
De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. 
Mas embriague-se. 

E se, às vezes, nos degraus de um palácio, 
na grama verde de um fosso,
na solidão triste do seu quarto,
você acorda,
 a embriaguez já diminuída 
ou desaparecida, 
pergunte ao vento,
à onda, 
à estrela, 
ao pássaro, 
ao relógio,
a tudo o que foge,
a tudo o que geme,
a tudo o que rola, 
a tudo o que canta,
 a tudo o que fala,
 pergunte que horas são
e o vento, 
a onda, 
a estrela, 
o pássaro, 
 e o relógio lhe responderão: 
“é hora de embriagar-se! para não ser o escravo do mártir do tempo, embriague-se; 
embriague-se sem parar! 
de vinho, de poesia ou de virtude, como quiser”.

Baudelaire


aterrissagem


Canto de regresso à pátria

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.




Quando penso na poesia de Oswald de Andrade e sua trajetória, logo lembro de sua  famosa escrita.Quando penso nos seus amores, passo por Tarsila , mas  mexe comigo o amor  Pagu , sua ideologia e luta. E por fim, aterrisso nas cores do Tropicalismo e toda sua remota origem. Voar nesse universo quase infinito de histórias, vidas, artes, música, política e sonhos...se faz presente a vontade de ter vivido tais anos....tais poesias....e tantas pessoas....


14 de out. de 2010

limites e afins


“Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes

Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.”


 Sophia de Mello Breyner







"Nada fiz para ser diferentenada farei para ser igual."

Eugénio Augusto Chaves




"Eu gosto do impossível, tenho medo do provável, dou risada do ridículo e choro porque tenho vontade, mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisívelNãogosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles paraquem eu digo isso, e me irrito de forma inexplicávelquando não têm fé nas minhas palavras. Nem semprecoloco em prática aquilo que eu julgo certo. São poucas as pessoas para quem eu me explico..."

 Bob Marley