23 de jan. de 2012

vamo Q vamo






A felicidade é a soma das pequenas felicidades…

Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo.
Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas.
Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir.

São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias …

Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível’.
Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: ‘Comigo mesma’, respondeu. ‘Adoro conversar com pessoas inteligentes’
Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia
do que viver eternamente em compasso de espera.


Leila Ferreira, jornalista



é por ai...adorei o texto!!! ;)


14 de jan. de 2012

Pupila / Fora de Mim

Acho que já posso escrever, que já consigo...tomei umas taças de vinho .....
O vinho é a bebida da vida e da coragem também!


Hoje meu coração encontra-se aportado na minha alma somente.  Olho pra frente, sorrio..olho pra trás sorrio também... trago lembranças nas minhas pupilas dilatadas de esperança...mas ainda não consigo falar de amor.  Não vou forçar..sei que uma hora ele vai voltar. Não penso nisso ou naquilo, custei pra me perdoar...Hoje penso em apenas não julgar, nem culpar. As minhas vozes são internas. Mas entendi, em que há momentos na vida,  que a realidade bate na cara, com intensidade, da verdade, tudo se confunde  pela ansiedade e acaba nos levando pra fora daquilo que pensamos "crer", que achamos "ser". Não existe absolutismo para as coisas do coração. Entender que: não há razão....

Não lembro da mala que fiz e nem como cheguei no aeroporto.
Lembro que recebi um e-mail, desses e-mails que os amigos mandam de "auto ajuda/ levanta astral" e naquele momento, aquele e-mail falou tudo o que eu precisava ouvir (ler). Falava sobre relacionamentos. Respondi agradecendo o momento oportuno de ler palavras tão bonitas, afinal eram as únicas palavras bonitas que eu lia nos últimos dias. A resposta do enviado veio imediatamente perguntando se eu estava bem: claro que não estava!...Havia um redemoinho no meu coração, uma tempestade na minha cabeça , uma centrífuga na minha alma, que me espremia por dentro e, por dentro,um choro reprimido que embassava meus olhos; Acabara de fazer uma escolha e tinha que ser responsável por ela.  No momento seguinte, novamente veio outra resposta, já adivinhando meus pensamentos e o que havia acontecido - e diante da minha confirmação, falou: " - Venha prá cá, não fique aí dessa forma, desse jeito, não!..não deixe as pessoas te verem assim....venha pensar." ...e sem pensar disse : sim!
Não sei se foram dias, minutos, horas ou segundos...estava eu naquele saguão de aeroporto...não sei se fazia frio, mas meu corpo tremia como se uma febre interna me consumisse por dentro, como se tudo a minha volta se passasse em câmera lenta , uma multidão perdida, mas a perdida era eu. Adiantada pro embarque , entrei na livraria -  trouxe-me lembranças aquela livraria- e ali exposto no primeiro escalão, encontrava-se um livro cujo título era eu naquele momento: "Fora de Mim" de Martha Medeiros. Abri , como de costume, aleatóriamente, e foram essas as palavras que li: "Você não me enganou, eu é que adorei enganar a mim mesma....(...) Eu me deixei levar por tudo o que não era eu, ou que deveria ter sido eu, porém uns trinta anos antes. "
Bastou para eu comprar o livro! Não sei quantas noites não dormia, mas aquela noite não havia dormido e em quarenta e cinco minutos de vôo, li a metade do livro, que começa justamente com o relato sobre um acidente de avião - a sensação de um avião em queda. Sentia-me a própria "sobrevivente " de uma acidente aéreo, meu avião havia caído e eu estava ali : viva, respirando, ferida, sussurando...não sei como, mas estava completamente "fora de mim".  Foi ali que minhas lágrimas começavam a se soltar.....

Cheguei ao meu destino e naquela mesma noite terminei o livro. A cada página lida, a sensação era de um punhal me dilacerando por dentro, uma identificação....e sangrei.. e chorei, chorei como se tentasse expulsar de mim toda dor e todo amor (como se manda embora o amor?).... aliviei em saber que outra pessoa também viveu algo tão semelhante e que passou por essa sensação de encontrar-se fora de si.

Foram dias muito tristes, mas também de conforto pra alma....de corações amigos, sem perguntas, sem cobranças...só um lugar pra chorar em paz e poder escrever...escrever...e ler. Minha companhia , depois do livro da Martha, foi a poesia de Olga Savary, e não mais num livro singular, chamado "Sumidouro". É muito engraçado a influência que os livros exercem em mim..ai lembro do meu avô que lia dicionário e da minha vó que sempre falou:  "o ignorante é mais feliz". enfim....

Perdi muita coisa que escrevi, fiz uso do velho papel e caneta e já procurei em vão onde pudessem estar aqueles escritos e nada!..e aquilo que ficou  registrado na máquina eu deletei; enviei e deletei , como se fosse uma espécie de queima de arquivo para que eu não olhasse mais e para que, se porventura, viesse a me arrepender , não me acusasse tanto. Um momento de dor desigual, um grito silencioso que rompia a barreira do vento...uma vontade de que passasse logo e um medo descarado de voltar e enfrentar. Sabia que a volta seria pior..então que eu soltasse ali todos os meus demônios...porque, por ali mesmo, Deus me acolheu, como me acolheu outras vezes. E no alto daquela colina, no meio de jovens e crianças...no meio de cantos e violões..saberia que mesmo na volta doída, haveria um lugar que eu deveria voltar pra ficar e que ali , nesse lugar, me reconstruiria, me edificaria e me deixaria pronta pra continuar e recomeçar.



" Você vai encher os vazios com as suas peraltagens e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos"  
Manoel de Barros



 "(...) sem medo tenho todas as idades." Olga Savary




"Uma alma dístraída é facilmente enganada." Padre Pio










"(...) Não é um novo você, mas estou tendo o privilégio, a essa altura da vida, de ser diferente de mim outra vez. Isso me tonteia, mas agora me dou conta que não há outra maneira  de me sentir viva, ao menos viva como preciso: escancaradamente. (....) Não tenho mais forças para lutar contra o que se declara gigantesco em qualquer ser humano: a pulsão da entrega. Não será um relacionamento leve, um passeio, quase nenhuma relação é. Mas com sorte, talvez eu consiga aceitar que no amor não existe moral da história, enfim."  


Fim. 
Fora de Mim - Martha Medeiros





13 de jan. de 2012

remove a tua pedra!







Em Betânia havia um lar
Jesus gostava de lá estar;
Marta, Maria e seu irmão,
Viviam sempre em união.
Marta gostava de cozinhar,
Maria gostava de conversar.
Lázaro um bom anfitrião,
Tinha a Jesus no coração.
Mas, um dia que horror!
A casa encheu-se de pavor.
Lázaro estava muito mal,
E sua doença foi fatal.
Já tinham mandado chamar Jesus,
Pra ver se Ele trazia luz.
Porém, Jesus se demorou.
E a morte então ali baixou.
Marta chorava sem parar.
As carpideiras fingiam chorar.
Maria, perdida em seu pranto.
E Jesus demorava tanto!
Até que enfim Jesus chegou!
E, vendo a descrença, até chorou.
Mandou o túmulo se abrir
E ao pobre Lázaro mandou vir.
Ninguém podia acreditar,
Até pararam de chorar!
Quem é este que falou?
E até um morto ressuscitou?
Se você for bem fiel,
Um dia vai morar no céu.
Mas, preste muita atenção:
O segredo é Jesus no coração.





12 de jan. de 2012

entre

poeta dos mares
das pranchas
seus pilares
nos lugares verdes 
de um lado
de outro lado
uma vida de vestigios vulgares
entre a loucura e a sobriedade
noite de música 
de lua
perdida entre dois pares
olhares
entre o sol e a tempestade



11 de jan. de 2012





De tarde passarinho me descobre. Eu toco minha vida com 70 flautas. Beleza e glória das coisas o olho é que põe. Bonito é o desnecessário. É pelo olho que o homem floresce.

Manoel de Barros



Gosto de música, de livros..de tardes de domingo...
Gosto  de cozinha, de casa cheia e de casa vazia também.
Gosto da brisa que entra pela varanda e do entardecer...acho o entardecer a hora mais bonita do dia.  

Gosto de andar descalça...gosto do cheiro do mato, gosto dos vasos , dos temperos...
das flores de Maio. Gosto da chuva e do vento!
Gosto de cantar... de dançar...devanear. Gosto do mar.
Dou risada sozinha...mas gosto mesmo é de compartilhar!

São  os meus momentos!


Meus momentos com Deus...minha oração, minha gratidão!