Esperanças Renovadas para 2015!!
30 de dez. de 2014
24 de dez. de 2014
O cristianismo entrou tarde na minha Vida; mas seus ensinamentos não. Procurei e passei por várias "religiōes", até descobrir que não precisava de religiões e nem ser uma religiosa. Descobri que Deus é simples e que através de Jesus, se fez mais simples ainda. Descobri que minha Fé podia ser do tamanho de um grão de mostarda; Que amar quem te ama é fácil...fui desafiada a amar e a perdoar meus inimigos; Descobri que não precisava de sacrificios e de nada e nem ninguém para me chegar á Ele, era só fechar a porta do meu quarto e me entregar....Descobri que agir com justiça é um modo de Vida e que justiça mesmo, ahh essa é divina! Descobri tantas tolices do mundo, que até me tornei um pouco desconfiada, porque confiar, como disse, também é entregar-se! Senti muitas vezes sua mão a me segurar.. como senti sua "linha" pra me deixar voar...voar como uma pipa, que depois de rodopiar pelo ar,volta ( ás vezes estropiada) para as mãos do Criador. Descobri que o melhor presente , é estar presente! E assim tem sido....como: "Seja feita Tua vontade". Hoje comemoramos com amor seu nascimento e compartilho com vocês esse vôo de amor...essa forma de agradecer por todos esses momentos que passamos juntos; Gratidão é um sentimento real! Desejo a todos uma noite de Muita Luz e ensinamentos infinitos...' Feliz Natal...!!!
25 de nov. de 2014
dessentir
há um estranhamento
um certo estranheirismo
um estranho....
um deixar de sentir
seria um des sentimento?
estranho sentido
fazer sentido
esse dessentir
vou deixando
já deixei
já tomei de volta
o que um dia eu te dei.
13 de nov. de 2014
ahhh,...meu poeta....
Um monge descabelado me disse no caminho: “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha ideia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas de um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico oumesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro (O olho do monge estava perto de ser um canto). Continuou: digamos a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”.
E o monge se calou descabelado.
Manoel de Barros; Poesia Completa
20 de out. de 2014
O Dia do Poeta
Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo
.
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo.
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo
.
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo.
..
Sophia de Mello Breyner Andresen, A Forma Justa
25 de ago. de 2014
27 de jul. de 2014
Não Me Afastar De Ti....
Disseste tudo ao dizer:
Quando a ausência de mim
Fizer presença em meu ser,
Visitarei a mim mesmo,
Para não me afastar de você.
Quando o peso do dever
Em mim soterrar a alma
Entre os escombros da vida,
Quero flutuar qual pluma
Na leve brisa da calma.
Quando o dizer tiver o poder
De revelar o que não quero,
Paro a pluma, guardo a voz,
Me rebelo no silêncio
Para me manter sincero.
Antes da noção do certo
Se revelar um engano,
Saio do cotidiano:
Adentro em outras rotinas,
Noutros mares vou pescar.
Não quero porto seguro,
Só âncora, vela e mar.
Âncora para ser meu porto,
Vela para me levar,
Mar para, no litoral,
As minhas ondas quebrar.
6 de jul. de 2014
A UM TI QUE EU INVENTEI
Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.
Um pesar grãos de nada em mínima balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.
Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.
Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.
Um pesar grãos de nada em mínima balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.
Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.
Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir.
ANTONIO GEDEÃO
In Teatro Do Mundo, 1958
In Teatro Do Mundo, 1958
11 de jun. de 2014
guarde nos olhos.....
Guarde nos olhos
A água mais pura da fonte
Beba esse horizonte
Toque nessas manhãs
Guarde nos olhos
A gota de orvalho chorado
Guarde o cheiro do cravo
Do jasmim, do hortelã
Guarde o riso
Como nunca se fez
Corra os campos
Pela última vez
Guarde nos olhos
A chuva que faz as enchentes
Vai um pouco com a gente
Rumo a capital
Vai dentro da gente
Vamos pra capital
Tá nos olhos da gente
art by Arvind Kolapkar
19 de mai. de 2014
FASCÍNIO E ADMIRAÇÃO
Quando começa o amor? Certamente quando o fascínio encontra a verdade de cada um. Aí, é pegar ou largar
Amor não é fascínio, amor é depois do fascínio, amor é compreensão.
O fascínio ainda é arrebatamento, tudo agrada, tudo é elogiado porque é inédito.
Não queremos perder nossa companhia, é só o que interessa, então não mostramos nenhuma resistência.
Não nos incomodamos. Desligamos o senso crítico.
Há também a liberdade de não ter futuro. Não nos enxergamos morando com a pessoa.
Não nos enxergamos descascando os problemas e a rotina com a pessoa. Não nos enxergamos discutindo longas madrugadas com a pessoa.
Não nos enxergamos defendendo os nossos pequenos hábitos, antes naturais e automáticos, diante do olhar espantado.
O fascínio não inclui projetos, é fruição.
O fascínio não envolve julgamento.
Fascínio é a lua de mel das virtudes.
É se deixar levar. É não pensar demais.
Fascínio é hipnose, transe, mergulho sem os pés medindo a temperatura e a fundura da água.
Todos começam fascinados e terminam decepcionados no relacionamento.
Surge a dúvida: Será que é ele? Será que é ela? A dúvida não é ruim, a dúvida é quando passamos a praticar a verdade.
O fascínio é o éden, já a sinceridade é a maçã mordida.
No fascínio, o certo e o errado não existem, apenas a vontade imperiosa de ficar junto.
É preciso cair para se vincular. É preciso questionar para confirmar.
A decepção é que desenvolve o amor.
A frustração é que amadurece o amor.
É quando percebemos que o outro não está nem na nossa cabeça, nem no nosso coração, e que temos que percorrer um longo caminho a cada manhã para conhecê-lo. Aquele que parecia tão nosso é um estranho: vem o medo, a angústia, a ansiedade que destroem a inteireza das palavras. É quando o outro mente, é quando o outro comete uma falha, é quando o outro é grosseiro, e então o fascínio desaparece, e somos reais de novo e temos que tomar uma decisão pesando pontos positivos e negativos.
E a escolha é perdoar os erros e, mais do que isso, entender os erros e considerá-los naturais. Perdoar os erros de quem nos acompanha como perdoamos os nossos próprios erros.
É concluir que ele ou ela não acerta sempre, mas acerta mais do que erra e vale a pena continuar.
Troca-se a invencibilidade pela fragilidade. Troca-se a projeção pela introspecção.
Da morte do fascínio (a inconsciência da paixão), nasce a admiração (a consciência do amor) – esta, sim, será pela vida afora.
Fabricio Carpinejar
3 de mai. de 2014
30 de abr. de 2014
Hello Stranger!
As lágrimas não resistiram em cair
o sorriso ficou perdido entre
o coração e a lembrança
entre o caso e o acaso
entre a vontade
e a realidade...
Resta acima de tudo, essa capacidade de ternura… Essa intimidade perfeita com o silêncio… Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado de pequenos absurdos, essa capacidade de rir à toa. Resta essa distração, essa disponibilidade, essa fraqueza de quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser. Resta essa faculdade incoercível de sonhar, de transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade de aceitá-la tal como é, e essa pequenina luz indecifrável a que às vezes os poetas dão o nome de esperança. Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto, esse eterno levantar-se depois de cada queda, essa busca de equilíbrio no fio da navalha, essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo infantil de ter pequenas coragens.
25 de abr. de 2014
meio fio
a vontade de escrever
brota de repente
não tem hora
não tem lugar
tem alegria
tem tristeza
tem sorriso
tem vontade de chorar
vem de manso
feito furacão
tem cor, dimensão
solidão
brota na mente
toma forma no coração
doideira
sentimento e emoção
escrevo pra não escravizar
18 de abr. de 2014
sem anos...
"A verdade é que as primeiras mudanças são tão lentas que mal se notam, e a gente continua se vendo por dentro como sempre foi, mas de fora os outros reparam."
Gabriel García Marquez
Nós, e o Tempo
"Deus pede estrita conta do meu tempo e eu vou do meu tempo dar-lhe conta,
mas como dar, sem tempo, tanta conta, eu que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo, o tempo me foi dado e não fiz conta
não quis, sobrando tempo, fazer conta, hoje quero acertar conta e não há tempo.
Ó vós que tendes tempo sem ter conta, não gasteis vosso tempo em passa-tempo.
Cuidai, enquanto é tempo, de vossa conta, pois aqueles que sem conta gastam o tempo,
quando o tempo chegar de prestar contas, chorarão, como eu, o não ter tempo."
Frei Antônio das Chagas (1831-1882)
A Arte de Viver - Magritte
12 de abr. de 2014
a volta do rock'roll....
Tudo tinha acabado e eu voltava sozinha para a sala de produção. Quis assim, gosto do silêncio.
Enquanto voltava, a movimentação que começava era de começo de desmontagem...e eu me encontrava na curva do S com uma Lua que sorria pra mim e com Marte de testemunha.
Chorei.
Chorei de alegria, de nostalgia...de gratidão.....de completude e de exaustão.
O lixo me chamou a atenção.
Dois dias intensos: :tribos, música, as diversas loucuras encarnadas, filosofias de calçadas....e o lixo transbordava....
Parei pra ouvir New Order, a banda que me levaria a 30 anos atrás, quando também pulsava em mim essa "desordem" . Um arrepio na alma e uma certa deprê .
Preferi caminhar, deixei o som se confundir com outros sons....as novas batidas.... e uma outra nova ordem.
Voltei!
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