26 de jun. de 2012





Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena....



é uma delicia qdo você se identifica...ou qdo te indenticam com uma canção....;)

21 de jun. de 2012






"...tinha essa inexprimível beleza que resulta da alegria, do entusiasmo, do êxito, e que nada mais é que a harmonia do temperamento com as circunstâncias. Os desejos, as tristezas, as experiências do prazer e as ilusões sempre novas, à maneira do que às flores fazem o adubo, a chuva, os ventos e o sol, tinham-na desenvolvido gradativamente, e ela se desabrochava enfim em toda a punjança de sua natureza."

Gustave Flaubert 

16 de jun. de 2012

"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou."  - Shakespeare


me chamou de anjo azul





Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz…


Como no cinema 
me mandava ás vezes
uma rosa e um poema...




Chico Buarque A História de Lily Braun









Imagens são palavras que nos faltaram.

Manoel de Barros

10 de jun. de 2012

meu zen...meu bem...meu mal...


de tanto (a) Mar



"Quero fechar os olhos do sonho
e acordar tendo a certeza.
Desaprender de partir
e ser só vontade de estar...."
                                                                 Ricardo Viveiros


Andar por estradas antigas e empoeiradas
descobrindo novos continentes pra te repartir
Calçar a sola da vida e acompanhar 
o compasso dos teus passos...
Amigos de hoje, relembrar  a infância de mãos dadas
com esse amor antigo
reencontrado nos baús da memória
e arquivado nos tempos de ontem.
Ser de nós: lembrança, presença e porvir.
Fazer do mundo: espaço pequeno.
Do tempo: inútil.
E explodir em nós!
Na mudez do meu espanto, ser tua única palavra.
na eclosão da minha alma, calar-te eternamente. 
Sermos juntos: dor, ferida, cicatriz  e essência;
dos campos , as flores que perfumam. 
O ser nós em nós, nossa eterna excitação.
E cada olhar meu , seja tua visão exata e teus olhos 
o orientador de nossos caminhos.

Quero as tuas mãos queimando a minha pele
de tanto estar em mim,
e cuidar que as minhas não se cansem
para te dar sempre completas.
Quero meu rosto iluminado pra ser teu sol e 
morrer na quentura do teu contato.
Ser  em ti sexto sentido de quem não enxerga.
Edificar para nós , em concreta verdade imortal,
essa doce , terna promessa que,
música inebriante,
dança enlouquecida em nossos corpos.....


8 de jun. de 2012

Todas as Vidas


Cora no seu fogão - Poeta e Doceira


Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho,
olhando pra o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo...
Vive dentro de mim
a lavadeira do Rio Vermelho,
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde de são-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada, sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
– Enxerto da terra,
meio casmurra.
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos.
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha...
tão desprezada,
tão murmurada...
Fingindo alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida –
a vida mera das obscuras.


7 de jun. de 2012

5 de jun. de 2012

pequena infância




tenho saudades de uma época
saudades das crianças pequenas
bagunça de brinquedos pela sala
castigos de pensar no quarto
das brigas pelo último pedaço de bolo
tenho saudades das tardes
de algumas músicas
da vila encantada
de passeios no parque
das pequenas descobertas
e incessantes porquês


tenho saudades
da infância deles...





4 de jun. de 2012



Poeta e músico

rabisca seus dons
gosta de gatos
e sabe cozinhar...
Crê em Deus
e tem sua fé tatuada no braço
Sua ideologia é a liberdade
como eu, aposta na fidelidade
Fica na dele,
mas diz que tá na minha
Volta e meia,
me chama de passarinha
Me dá asas pra voar
fala sempre que o ninho  tá pronto
esperando pr'eu pousar
Acorda cantando, 
coa o café
tem um coração grande
acho que tô me apaixonando...