30 de abr. de 2014

Hello Stranger!





As lágrimas não resistiram em cair
o sorriso ficou perdido  entre 
o coração e a lembrança
entre o caso e o acaso
 entre a vontade
 e a realidade...





Resta acima de tudo, essa capacidade de ternura… Essa intimidade perfeita com o silêncio… Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado de pequenos absurdos, essa capacidade de rir à toa. Resta essa distração, essa disponibilidade, essa fraqueza de quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser. Resta essa faculdade incoercível de sonhar, de transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade de aceitá-la tal como é, e essa pequenina luz indecifrável a que às vezes os poetas dão o nome de esperança. Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto, esse eterno levantar-se depois de cada queda, essa busca de equilíbrio no fio da navalha, essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo infantil de ter pequenas coragens.


Vinicius de Moraes

25 de abr. de 2014

meio fio




a vontade de escrever
brota de repente
não tem hora
não tem lugar
tem alegria
tem tristeza
tem sorriso
tem vontade de chorar
vem de manso
feito furacão
tem cor, dimensão
solidão
brota  na mente
toma forma no coração
doideira
sentimento e emoção

escrevo pra não escravizar





18 de abr. de 2014

sem anos...

"A verdade é que as primeiras mudanças são tão lentas que mal se notam, e a gente continua se vendo por dentro como sempre foi, mas de fora os outros reparam."



Ontem Ele se foi e nos deixou  Cem anos de Solidão....

Gabriel García Marquez

Nós, e o Tempo





"Deus pede estrita conta do meu tempo  e eu vou do meu tempo dar-lhe conta, 
mas como dar, sem tempo, tanta conta, eu que gastei, sem conta, tanto tempo? 
Para ter minha conta feita a tempo, o tempo me foi dado e não fiz conta 
não quis, sobrando tempo, fazer conta, hoje quero acertar conta e não há tempo. 
Ó vós que tendes tempo sem ter conta, não gasteis vosso tempo em passa-tempo. 
Cuidai, enquanto é tempo, de vossa conta, pois aqueles que sem conta gastam o tempo,
 quando o tempo chegar de prestar contas, chorarão, como eu, o não ter tempo."


Frei Antônio das Chagas (1831-1882)





A Arte de Viver - Magritte




12 de abr. de 2014

a volta do rock'roll....


Tudo tinha acabado e eu voltava sozinha para a sala de produção. Quis assim, gosto do silêncio.
Enquanto voltava,  a movimentação  que começava era de começo de desmontagem...e eu me encontrava na curva do S  com uma Lua que sorria pra mim e com Marte de testemunha.
Chorei. 
Chorei de alegria, de nostalgia...de gratidão.....de completude e de exaustão.
O lixo me chamou  a atenção. 
Dois dias intensos: :tribos, música, as diversas loucuras encarnadas, filosofias de calçadas....e o lixo transbordava....
Parei pra ouvir New Order, a banda que me levaria a 30 anos atrás, quando também pulsava em mim  essa "desordem" . Um arrepio na alma e uma certa deprê . 
 Preferi caminhar, deixei o som  se confundir com outros sons....as novas batidas.... e uma outra nova ordem.

 Voltei!