5 de jul. de 2011

céu de giz




há meros devaneios tolos a me torturar......

existia um lamento dentro da alma, mas nada que a impedisse de andar. existiam feridas cicatrizadas, esquecidas, adormecidas... que ás vezes insistiam em  mostrar o quanto eram feias. as dores aconteciam, mas a vontade de prosseguir e descobrir sempre foi maior. a vontade sempre foi uma aliada da sua fé, duas percepções tão reais e latentes dentro de sua alma pura - vontade e fé. a vida dera-lhe vários chacoalhões,....mas  a insistência teimosa e quase infantil, fizera com que sempre testasse seus limites - seu livre arbítrio. mas sabia, que só algo, poderia lhe redimir, fazer pousar seu espirito livre.....e isso, ela procurou em todas as vidas que encontrou - o amor. o amor, esse sentimento e força que só conhecera, até então, através dos livros. e como nos contos e romances foi amada, desejada...incompreendida e rejeitada. a rejeição veio cedo, talvez esse tivera sido o sentimento que movera toda sua existência. um medo descabido fizera com que sempre amasse errado - sem dar chances. contudo, conheceu a força transformadora do amor, um amor diferente daqueles dos romances, um sentimento que fora construído, edificado na rotina,  na loucura carnal , um amor manso, dedicado...feroz..mas que acreditava ser verdadeiro ou um modelo fora dos padrões - sua natureza sempre foi inversa. e com esse amor pôde vivenciar um outro amor, um maior ainda, aquele que chamam de incondicional, que nasce do útero, que sai das entranhas, essa verdadeira dádiva de Deus. mas a vida trata de dar suas voltas, faz curvas onde não há passagem e num hiato de tempo as coisas retornam, como se o tempo fosse algo irrelevante e efêmero, e ali  naquele lugar , onde se guardara todo sentimento , onde se achava que havia aprendido, as emoções a arremetiam para onde ela foi deixada na infância rejeitada...nos amores errados...na teimosia infantil, no orgulho que protege....na sua verdadeira existência solitária e cruel. e assim deixou esse amor livre,  já que seus caminhos tomaram rumos diferentes e novos caminhos tinham que acontecer - ai se vê quantas cicatrizes existem numa alma e quantas mais virão, a necessidade de extirpar o medo e a vontade guiada pela fé para prosseguir. e assim, dessa música que é o amor,  ainda precisa aprender a ser conduzida devagar e lentamente, aprender novamente a trocar passos e saber pisar devagar nos pés do seu condutor, a ser menos rude consigo a externar toda ternura de uma criança.  mas, ainda assim, com todos os intempéries da vida, nas curvas perigosas e escorregadias, existe uma contrapartida , existe alguém que carrega dentro de si a doçura do saber e do sabor, a alegria e esperança de um olhar cúmplice, a felicidade de compartilhar vidas, a certeza do quanto é bom estar viva, a vontade incessante de aprender , de contemplar, admirar, trocar sorrisos e o desejo infinito do amor recíproco. 
Agora ela já  não sabia mais: "o que" tanto a machucava.

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