3 de mai. de 2010

embora


A ausência nunca é completa. Vai o outro embora, mas fica dele um cheiro, uma carícia, um isso qualquer mofando na memória. O tempo ruge nos telhados, enlouquece as nuvens, e nos soca o rosto. Quando nos damos conta as cicatrizes estão aqui, servindo de maquiagem. Mesmo assim o tempo não basta: se a alma se nega, cá estamos, cantando. E o canto nunca é completo.

by Gracco Oliveira



Nenhum comentário: