Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilónia, tantas vezes destruída, Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas Da Lima Dourada moravam seus obreiros? No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde Foram os seus pedreiros? A grande Roma Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio Só tinha palácios Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida Na noite em que o mar a engoliu Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias Sozinho? César venceu os gauleses. Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço? Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha Chorou. E ninguém mais? Frederico II ganhou a guerra dos sete anos Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória. Quem cozinhava os festins? Em cada década um grande homem. Quem pagava as despesas?
É muito dificil ler Machado de Assis quando se tem 13, 14 anos. "Memórias Póstumas", "O Alienista", "Quincas Borba"....mas no Koelle tínhamos D. Anete , severa professora de literatura. Esmagava com suas notas e esmiuçava Machado como ninguém! Navegando nas lembranças e no tempo: deveria ter aproveitado melhor as aulas de D. Anete. Mas, maturidade é uma estrada longa....
Muito mais tarde fui reler Memórias Póstumas , Dom Casmurro e seus livros de contos:
Dom Casmurro é inebriante!
Machado é genial!
"Capitu era Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem (....)
Era mulher por dentro e por fora, mulher à direita e à esquerda , mulher por todos os lados, e desde os pés até a cabeça....."
virou um modo
ou uma moda
pra mim um despertar
quiça sonhar
um servir
e se virar
ou só
relaxar
jeito de amar
aventurar
cozinhar
acalma
mexe com a alma
queima a palma
acende o fogo
com o pulmão
dar cor e dar sabor
deixou de ser favor...
é se dar de presente
é estar envolvente
nessa arte
que só depende
de muito amor.
Cheguei aqui...depois dessa longa, rápida e intensa jornada que foi 2015...
Há um ano comecei uma nova história na minha vida. 2014 foi um ano marcado por uma decepção muito grande e por uma mudança de rumo e de foco. Mudei radicalmente meu trabalho. Da gastronomia e produção de eventos para o comando de uma grande loja de renome no ramo de lingerie (hummm ...lingerie tem muitas histórias!).
Lembro desta mesma época (natal) e o meu natal, o último na Rua Itapura. Não sei porque, não foi só meu cansaço físico, mas algo me dizia que era o nosso último natal ali. E foi . Foram tantos.....
Mas pulei essa página, e chegou 2015!
Foi bom demais poder passar a virada em Santa Barbára e melhor ainda com minha vó que empalcara seus 95 anos . Voltei revigorada e pronta ou quase pronta para o que realmente me esperava....
Uma loja de Lingerie, um público seleto e complicado e vendedoras. Lingerie remete a intimidade, a sonhos... Vende-se a alma, o corpo...vendemos esperança...ou vende-se apenas lingerie. Foi assim que cheguei. E foi nesse começo tão cheio de surpresas e desafios que sabia que viria o meu desafio maior: o meu verdadeiro divórcio, ou melhor, a minha "emancipação".
Quando terminei "meu acordo", sabia que assinava prazos . Papéis , advogados e meu recomeço.
Teria que fazer uma mudança e sabia que faria sozinha. Já tinha feito outras mudanças sozinha, mas essa tinha um outro significado. Significava que eu voltaria ou começaria com o minimo de bagagem. Que as lembranças ficariam apenas guardadas no meu coração .
Não parei pra pensar. Fui a mais ariana possível. Se eu pensasse talvez alguma outra parte minha pudesse titubear, mas eu não tinha tempo e acho que nem tava muito a fim. Fui curtindo e me despedindo aos poucos. Lembrando hoje, meus olhos marejam.....
Lembro do Francisco falando:
-Tô preocupado, vc tá muito quieta
- Melhor assim Não posso pensar (sentir) agora....
Precisava achar um lugar, não só um lugar,..mas um lugar que eu realmente pudesse recomeçar. Estava deixando de vez 20 anos de "acessórios" (aquelas coisas que juntamos e que fazem parte da nossa jornada e nossas lembranças). Cada dia era muito precioso na minha procura.
Depois de tantas visitas corretores, sites.... enfim um prédio que sempre passava por ele quando vinha pra Mooca. Prédio antigo, diferente, uma varandinha... 4 por andar ( estava saindo de um apartamento de alto padrão....) Quando o corretor abriu a porta logo vi uma paisagem de céu. Vidraça suja...mas tinha um céu lindo a frente. Entrei e já gostei da cozinha, pequena e aconchegante. Meu lugar ! Um dormitório, dois... e o terceiro é a minha suíte; um banheiro extra para os meninos e outro para os gatos...uhuuu..Felicidade! Fechei. É aqui. Voltei a olhar e por um minuto pensei " e minhas coisas?"
Foi ai que pratiquei o maior ato de amor e desapego da minha vida. Meus discos, meus livros, meus quadros...minhas fotografias..... minhas histórias.. "Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu"......
Foi tudo muito rápido e foram dez dias entre papeis e mudança. Saíram 4 caminhões da Rua Itapura , o meu foi o menor. E lá fui eu...pro meu pedacinho de céu! Posso dizer que a energia daquele céu me contagiou.... me fez sentir livre e pela primeira vez a " A Dona da minha História".
Quando abri os olhos já estava em maio, junho, julho...agosto. Em agosto perdi meu carro guinchado. Foi muito engraçado .As minhas reações foram todas tão simples que até eu me espantei comigo! Fui me despedir da "Tosa" e logo comprei o "Tom". Mais moderno, mais novo.....mais compacto e já estamos super amigos!
Em agosto também, Gabriel foi morar sozinho. Uma decisão dolorosa, que um dia ele vai entender.... e amadurecer....Logo no primeiro mês morando sozinho teve uma crise de dente e sinusite, que pude acompanhar de perto! Agradeço sempre quando posso estar perto....
Um suspiro e já era outubro. Alguns flertes nesse meio tempo, um aborto amoroso.....e o fim do meu acordo de "canalhas". Meu canalha resolveu casar. Confesso que fiquei até um pouco enciumada, mas como ele é o melhor canalha que eu já conheci, o mais honesto e divertido.... e nosso acordo já não andava tão "fiel" assim....: Tim Tim pra você meu querido canalha...Que seja eterno enquanto durar!!!
Deixei essa história de romance pra outra hora.... estava mesmo apaixonada pelo meu novo "habitat".
Em paralelo a isso tudo, aconteciam as histórias da Loja. Mulheres e Homens em seus universos muito paralelos.
Meu flerte maior em 2015 , foi com a liberdade. Com a liberdade de me relacionar sem nenhuma cobrança ou expectativa. Do riso ao afago, do bar ao cinema.... do olhar e a despedida. Fui Sol a pino e Chuva forte em 2015. Não teve mormaço.....
E quando achei que não tinha mais idade pra certas coisas ( mentira, a idade nunca me pegou!) , me vi no show do David Gilmour, no "gargarejo" com um olhar que me olhava que me fez ter 20 anos de volta! Gratidão por esse momento, por essa noite!
Escrevo ao som de "Comfortably Numb", a quarta das minhas 10+.... Claro que rola um embaço na vista, um suspiro.... um olhar longe....
Cheia de Agradecimento e pronta pra viver uma nova história...começo 2016 mais madura, mais determinada e focada na minha felicidade.
Agradeço as pessoas que fizeram parte desse ano tão especial:. Meus filhos amados: Francisco e Gabriel, D.Irene, Erika, Carmen, Marisa, Marco, Silvana, minhas irmãs...as meninas da loja...meus gatos.... meus amigos...minha familia...e a Deus, meu criador, quem me concede a vida todos os dias!!
Hoje posso dizer que já sei o que quero e o que não quero. Sou a dona da minha história.
A tarde linda que não quer se pôr Dançam as ilhas sobre o mar Sua cartilha tem o A de que cor?
O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo? Eu estava em paz quando você chegou
E são dois cílios em pleno ar Atrás do filho vem o pai e o avô Como um gatilho sem disparar Você invade mais um lugar Onde eu não vou
O que você está fazendo? Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo? Um relicário imenso deste amor
Corre a lua porque longe vai? Sobe o dia tão vertical O horizonte anuncia com o seu vitral Que eu trocaria a eternidade por esta noite
Por que está amanhecendo? Peço o contrario, ver o sol se por
Por que está amanhecendo? Se não vou beijar seus lábios quando você se for
Quem nesse mundo faz o que há durar Pura semente dura: o futuro amor Eu sou a chuva pra você secar Pelo zunido das suas asas você me falou
O que você está dizendo? Milhões de frases sem nenhuma cor, ôôôô
O que você está dizendo? Um relicário imenso deste amor
O que você está dizendo? O que você está fazendo? Por que que está fazendo assim?
Desde que você chegou O meu coração se abriu Hoje eu sinto mais calor E não sinto nem mais frio
E o que os olhos não vêm O coração pressente
Mesmo na saudade Você não está ausente
E em cada beijo seu E em cada estrela do céu E em cada flor no campo E em cada letra no papel
Que cor terão seus olhos E a luz dos seu cabelo Só sei que vou chamá-lo De Esmael, Esmael
de todas ás vezes
é sempre sua poesia que me vence
de todas as bagunças
é sempre sua calmaria me que fica
de todos meus desaforos
é sempre seu braço que me abre
de toda minha loucura
é sua caretice que me cura
brigo comigo
teimo contigo
e é sempre suas bobagens que me tiram o riso....
30 de dez. de 2014
Esperanças Renovadas para 2015!!
24 de dez. de 2014
O cristianismo entrou tarde na minha Vida; mas seus ensinamentos não. Procurei e passei por várias "religiōes", até descobrir que não precisava de religiões e nem ser uma religiosa. Descobri que Deus é simples e que através de Jesus, se fez mais simples ainda. Descobri que minha Fé podia ser do tamanho de um grão de mostarda; Que amar quem te ama é fácil...fui desafiada a amar e a perdoar meus inimigos; Descobri que não precisava de sacrificios e de nada e nem ninguém para me chegar á Ele, era só fechar a porta do meu quarto e me entregar....Descobri que agir com justiça é um modo de Vida e que justiça mesmo, ahh essa é divina! Descobri tantas tolices do mundo, que até me tornei um pouco desconfiada, porque confiar, como disse, também é entregar-se! Senti muitas vezes sua mão a me segurar.. como senti sua "linha" pra me deixar voar...voar como uma pipa, que depois de rodopiar pelo ar,volta ( ás vezes estropiada) para as mãos do Criador. Descobri que o melhor presente , é estar presente! E assim tem sido....como: "Seja feita Tua vontade". Hoje comemoramos com amor seu nascimento e compartilho com vocês esse vôo de amor...essa forma de agradecer por todos esses momentos que passamos juntos; Gratidão é um sentimento real! Desejo a todos uma noite de Muita Luz e ensinamentos infinitos...' Feliz Natal...!!!
Um monge descabelado me disse no caminho: “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha ideia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas de um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico oumesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro (O olho do monge estava perto de ser um canto). Continuou: digamos a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”.
Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo
.
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo.
Quando começa o amor? Certamente quando o fascínio encontra a verdade de cada um. Aí, é pegar ou largar
Amor não é fascínio, amor é depois do fascínio, amor é compreensão.
O fascínio ainda é arrebatamento, tudo agrada, tudo é elogiado porque é inédito.
Não queremos perder nossa companhia, é só o que interessa, então não mostramos nenhuma resistência.
Não nos incomodamos. Desligamos o senso crítico.
Há também a liberdade de não ter futuro. Não nos enxergamos morando com a pessoa.
Não nos enxergamos descascando os problemas e a rotina com a pessoa. Não nos enxergamos discutindo longas madrugadas com a pessoa.
Não nos enxergamos defendendo os nossos pequenos hábitos, antes naturais e automáticos, diante do olhar espantado.
O fascínio não inclui projetos, é fruição.
O fascínio não envolve julgamento.
Fascínio é a lua de mel das virtudes.
É se deixar levar. É não pensar demais.
Fascínio é hipnose, transe, mergulho sem os pés medindo a temperatura e a fundura da água.
Todos começam fascinados e terminam decepcionados no relacionamento.
Surge a dúvida: Será que é ele? Será que é ela? A dúvida não é ruim, a dúvida é quando passamos a praticar a verdade.
O fascínio é o éden, já a sinceridade é a maçã mordida.
No fascínio, o certo e o errado não existem, apenas a vontade imperiosa de ficar junto.
É preciso cair para se vincular. É preciso questionar para confirmar.
A decepção é que desenvolve o amor.
A frustração é que amadurece o amor.
É quando percebemos que o outro não está nem na nossa cabeça, nem no nosso coração, e que temos que percorrer um longo caminho a cada manhã para conhecê-lo. Aquele que parecia tão nosso é um estranho: vem o medo, a angústia, a ansiedade que destroem a inteireza das palavras. É quando o outro mente, é quando o outro comete uma falha, é quando o outro é grosseiro, e então o fascínio desaparece, e somos reais de novo e temos que tomar uma decisão pesando pontos positivos e negativos.
E a escolha é perdoar os erros e, mais do que isso, entender os erros e considerá-los naturais. Perdoar os erros de quem nos acompanha como perdoamos os nossos próprios erros.
É concluir que ele ou ela não acerta sempre, mas acerta mais do que erra e vale a pena continuar.
Troca-se a invencibilidade pela fragilidade. Troca-se a projeção pela introspecção.
Da morte do fascínio (a inconsciência da paixão), nasce a admiração (a consciência do amor) – esta, sim, será pela vida afora.
Resta acima de tudo, essa capacidade de ternura… Essa intimidade perfeita com o silêncio… Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado de pequenos absurdos, essa capacidade de rir à toa. Resta essa distração, essa disponibilidade, essa fraqueza de quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser. Resta essa faculdade incoercível de sonhar, de transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade de aceitá-la tal como é, e essa pequenina luz indecifrável a que às vezes os poetas dão o nome de esperança. Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto, esse eterno levantar-se depois de cada queda, essa busca de equilíbrio no fio da navalha, essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo infantil de ter pequenas coragens.
"A verdade é que as primeiras mudanças são tão lentas que mal se notam, e a gente continua se vendo por dentro como sempre foi, mas de fora os outros reparam."
Ontem Ele se foi e nos deixou Cem anos de Solidão.... Gabriel García Marquez
Tudo tinha acabado e eu voltava sozinha para a sala de produção. Quis assim, gosto do silêncio.
Enquanto voltava, a movimentação que começava era de começo de desmontagem...e eu me encontrava na curva do S com uma Lua que sorria pra mim e com Marte de testemunha.
Chorei.
Chorei de alegria, de nostalgia...de gratidão.....de completude e de exaustão.
O lixo me chamou a atenção.
Dois dias intensos: :tribos, música, as diversas loucuras encarnadas, filosofias de calçadas....e o lixo transbordava....
Parei pra ouvir New Order, a banda que me levaria a 30 anos atrás, quando também pulsava em mim essa "desordem" . Um arrepio na alma e uma certa deprê .
Preferi caminhar, deixei o som se confundir com outros sons....as novas batidas.... e uma outra nova ordem.
Tem paciência com tudo não resolvido em teu coração e tenta amar as perguntas em ti, como se fossem quartos trancados ou livros escritos em idioma estrangeiro. não pesquises em busca de respostas que não te podem ser dadas, porque tu não as podes viver, e trata-se de viver tudo. vive as grandes perguntas agora. talvez, num dia longínquo, sem o perceberes, te familiarizes com a resposta.
Rainer Maria Rilke
20 de abr. de 2013
“Apesar das ruínas e da morte, Onde sempre acabou cada ilusão, A força dos meus sonhos é tão forte, Que de tudo renasce a exaltação E nunca as minhas mãos ficam vazias.”
Esta é uma premissa que deveríamos ter em mente. Ao se lançar ao mar, o marinheiro deve saber aonde chegar, e ele tem isso bem claro. Também sabe o seu propósito ao partir.
Ao encontrar uma tempestade no meio do caminho, suas habilidades vão ser testadas ao limite, e aonde o mar encontrar a sua fraqueza, lá será travado uma batalha. Passado o mau tempo um dia o barco chegará ao porto seguro. Feliz e com um forte sentimento de vitória, o marinheiro olhará para trás e agradecerá ao mar.
Sabemos que bons marinheiros são forjados nos mares tempestuosos, e por saber disso ele reconhece a oportunidade e agradece.
Ele sabe que a tormenta tem um propósito, ele sabe do seu também. Se não fosse o caos, quem daria a ele a referência e a noção do melhor, como ele aprenderia a lidar com o imponderável, como ele poderia dormir no aconchego da sua cama, ou mesmo dar valor a um prato quente de comida.
Em certo momento da vida do navegador, ele para de julgar o mar, o vento forte, a marejada, os cortes nas mãos e as noites mal dormidas. Ele simplesmente aceita tudo, e aprende que cabe a ele buscar seus recursos internos e toda sua experiência para viver a vida entre os elementos. Sem viver o caos, nunca aprenderia sobre o discernimento, e sem o discernimento ele jamais saberia como fazer suas escolhas e assim nunca saberia como tomar uma decisão, e sem tomar decisões, ele jamais chegaria onde ele sabe que tem que chegar.
Navegamos muitas vezes sem rumo, esquecemos onde queremos chegar, e nos negamos a vivenciar todas as experiências, por simplesmente não entendermos a natureza dos acontecimentos. Por isso quando o caos se apresenta nos apressamos em julgar. Julgamos quem nos fere, julgamos o mundo, julgamos os que erram nos julgamos e nos esquecemos de que a dificuldade mora ao lado da superação, pois ela tem a tarefa de nos dar a referência de onde estamos e de onde podemos chegar.
Não existe viagem segura se não sabemos onde queremos chegar.
Beto Pandiani.
foto: Igor Bely
À bordo de um catamarã sem cabine, Beto Pandiani e Igor Bely encontram-se agora nesta nova aventura: cruzar o Atlântico de Capetown a Ilhabela em uma viagem de 28 dias e 3.600 milhas náuticas sem escalas.
Vcs são lindas! Sempre serão e um monte de gente vai concordar. Podem não dizer... Mas eu digo... Minha vida seria diferente sem vcs... Por incrível que pareça. Nosso contato veio pela via da educação, pela escola, pela infância, pelo esporte, pelo teatro, pela fotografia, pelo canto, pela poesia, pelo vento, pelo sol, pela sombra, pelo elogio, pelo castigo, pelo riso, pela cor, pelo suor... Pela vida... Pela paixão... pelo abraço, pelo beijo e pela saliva. Vimos o mato crescer e vimos ele ser aparado. A gente sentiu sede, sentimos fome. A gente sentiu medo. Lanchamos juntos... A gente se conheceu pelo erro dos outros... Eu disse erro? Então errei... Eles acertaram. A gente não erra! Que saco! A gente julga... TA vendo? Isso TA errado... Deixa, pra lá, me atrapalhei. Mas é o seguinte, " O sim é um vacilo do não" Mas quer oq? Sou engenheiro. Calculo melhor que escrevo. Sei lá... isso existe, tá aí, tá tudo ai... e é gratuito. Nao sei oq dizer... Nem porque disse. Acordei, filosofei, chorei e escrevi. Pronto... "Falei" Um beijo.
Há um olhar que sabe discernir o certo do errado e o errado do certo. Há um olhar que enxerga quando a obediência significa desrespeito e a desobediência representa respeito. Há um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos. Há um olhar que desnuda, que não hesita em afirmar que existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade. Este olhar é o a da alma.
...o quanto me faz feliz poder ter a esperança de que há pessoas parecidas comigo, para as quais viver e pensar são uma única coisa...acreditaria se lhe dissesse quanto significa pra mim ter a esperança de poder amar uma pessoa que não preciso condenar e que não se condena ao sufocante mundo da trivialidade cotidiana? Jung
(trecho de uma carta de Jung para Sabina Spielrein) - Biografia de Sabina Spielrein - Foto do filme : Jornada da Alma
Meu amor por você foi a coisa mais importante na minha vida. Por bem ou por mal, me fez entender quem eu sou. Às vezes as pessoas têm que fazer algo imperdoável só para poder continuar vivendo. O resto é silêncio. de Jung para Sabina : Um Método Perigoso
4.8, não tem como não parar e pensar no tempo. Agora é um outro tempo e não vou mais perder a hora. Não tenho mais o que resgatar, e isso de certa forma é um alivio. Minhas sementes já foram plantadas, a chuva temporã que cai, cai suave....e é um outro momento. Não tenho mais pressa. Minha certeza é maior.
A Vida é uma conquista de todos os dias...Alegria é um Dom de Deus...Coragem é a essência da alma. Nunca busquei a perfeição em meus atos, busquei a sinceridade, a vontade, a energia.....a vibração do bem! Nunca tive grandes pretensões que não fossem a de caminhar, olhar pra frente...e buscar atitudes coerentes, embora a coerência fosse tantas vezes colocada em prova; Ai veio aquilo que chamamos de experiência. Essa dona experiência, astuta, agora observa tudo de longe. Aprendeu a ficar quieta, mas mantém eXperta, o mesmo olhar maroto. Confunde os loucos, mas sabe que seu coração é para poucos. Dona experiência, obrigada por andar junto comigo! Quanto a mim: quero mais...quero sempre mais!! Sou ariana de alma "beat" e espírito livre.